Qual o tamanho do espanto? E a forma do desejo?
Desejo tem tamanho? Espanto tem forma? Dá para usar uma régua?
Oxalá e Quiçá, publicados juntos mas criados em tempos diferentes, flertam com o nonsense e provocam o leitor a repensar sobre o desejo, espanto, esperança, limite, distância, mas sem deixá-lo só. Provocam, mas também acolhem. Afinal, o leitor tem um papel importante na leitura.
Os livros são brancos do começo ao fim; dois personagens em cada um, com formas abstratas, cada um de uma cor. Suas falas têm a mesma cor que seus corpos. Personagens e textos ora estão juntos, ora separados. Transitam livremente entre as páginas duplas (esquerda e direita) tornando invisível a barreira física do livro — a costura que segura e separa as páginas, sabe?
O fundo branco também ajuda a diluir outro limite físico do livro: as laterais, onde o livro termina na nossa mão.
Não sabemos onde acaba o chão e onde começa o céu. Não sabemos se os personagens estão numa imensidão…